Napoles é uma cidade de intensos contrastes. Convivem em um mesmo espaço a grande beleza natural da cidade, banhada por um braço do Mar Mediterráneo, com lindas paisagens, e o descarado descaso das autoridades para com a infraestrutura da cidade, com uma política que não facilita em nada sua visitação. É curioso porque aqui se retrata muito bem o estereótipo que todo o brasileiro (e muitos outros estrangeiros) têm do italiano: o latino sangue quente, que fala alto, está sempre envolvido em dramas familiares e tem uma lábia muito afiada. Tudo isso se torna muito real ao se caminhar pelas ruas de Napoles.
Antes, um background histórico. Napoles possui registros de habitação desde o século VII AC, e foi uma importante colônia grega na antiguidade, passando em seguida a integrar o Império Romano. A cidade mescla muito da cultura helenística e romana e é possível perceber em suas construções o quanto de história existe ali, isso sem falar na Napoles subterranea, que ainda será tema de um post do novato.
Todo esêse caos que se percebe ao passear pelas ruas da cidade é um tanto desapontante, pois a riqueza histórica e cultural é visível, mas não bem conservada como se vê em Roma e Veneza. Os monumentos centenários estão pichados, ou mesmo passam desapercebidos entre as montanhas de lixo. As pessoas não parecem se dar conta disso, e essa postura justifica o julgamento preconceituoso que os demais italianos fazem de Napoles: de uma cidade não amigável e mesmo repleta de criminosos.
Por outro lado, há lugares belíssimos, como as paisagens do Mediterrâneo e as praias de rochas (isso mesmo, não tem areia nas prais de Napoles). Nestas regiões vêem-se iates e limosines, mostrando que onde o dinheiro impera não há problemas de lixo ou sujeira. Algumas construções também surpreendem pela riqueza dos detalhes, como os palácios construídos próximo a orla marítima.
Na volta para o hostel, um ônibus cheio de pessoas, naquela empurra-empurra danado, um calor de 30 graus e todo mundo fedido, com os italianos a falar alto de tal forma que você se sente em meio a uma verdadeira briga de família. Considerando-se a forte influência que a imigração italiana tem sobre nosso país, pode-se afirmar que qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.
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