segunda-feira, 20 de junho de 2011

Pompeia

Pompeia, e ao fundo, o Vesúvio

O novato está em Napoles há dois dias, controlando-se para não escrever coisas negativas sobre a cidade. Ele decidiu fazer uma avaliação de 3 dias antes de emitir uma opinião definitiva, então enquanto o prazo não se encerra, vamos falar de um lugar que é com certeza muito interessante e surpreendente: Pompéia.

Desde criança, eu sempre tive muito interesse em visitar essa cidade museu, que em 79 AD foi parcialmente sepultada por uma repentina erupção do Vesúvio. Curiosamente, as ruínas permaneceram soterradas por quase 1700 anos, mas desde então têm se tornado uma relíquia arqueológica pelo fato de conservar de forma quase intacta muitos artefatos que auxiliam a entender como era a vida cotidiana nas cidades do antigo Império Romano.

A visita a Pompeia a partir de Napoles é muito fácil, pega-se um trem metropolitano que deixa você em uma estação a pouco mais de 200 metros da entrada para a área de visitação. A antiga Pompéia é um misto de parque turístico e museu, e segue de certa forma a mesma estrutura do Foro Romano, ou seja, há lugares de visitação onde são expostos artefatos encontrados, assumindo assim as características de um museu. O local é bem preparado para a visitação, e embora seja bem movimentado, é possível ver e fotografar muitas coisas sem o inconveniente das filas.

Chama a atenção a organização da antiga cidade. Vê-se ruas organizadas devidamente em quadras, com as casas distribuídas de forma regular, em alguns pontos havendo até calçamentos para pedrestres. Algumas construções comuns que revelam aspectos históricos da cidade, bem como as casas mais luxuosas, recebem especial atenção, com a exibição de textos explicativos sobre o que foi descoberto nestes lugares ou, em se tratando de um lugar público, para que serviam. É possível descobrir, por exemplo, que os habitantes de Pompeia apreciavam almoçar fora de casa, pois foram encontrados vários lugares para venda de comida preparada (como os restaurantes) que entre as ruínas apresentavam comida petrificada e também moedas, indicando que as pessoas tentaram escapar do local as pressas, deixando tanto a comida quanto o dinheiro.

E por falar em escape, o que impressiona mesmo são os corpos petrificados, que realmente mostram em todos os aspectos como foi catastrófica a destruição da cidade. Não são muitos os corpos expostos ao público (apenas 4 pessoas e 1 cachorro), mas se percebe os mesmos em posição de fuga ou então de inanição diante de uma morte eminente. O terror fica estampado na face, que embora totalmente desfigurada, transmite a reação de um ser lutando ou suplicando por sua vida. Postei a foto de uma pessoa que morre em uma aparente posição de prece, como que clamando aos deuses por algum auxílio ante a destrução.

Pompeia realmente foi um passeio que valeu a pena. E recebe o selo Novato de recomendação para outros eventuais novatos que venham por essas bandas. Por si só, compensa os dissabores de Napoles. Mas deixemos Napoles para um outro dia.

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