sexta-feira, 17 de junho de 2011

Roma e o menor país do mundo


Piasa San Pietro, Vaticano
Hoje o novato começa assumindo, antes de mais nada, que Roma conseguiu dar uma canseira nele. E devido a vários aspectos. Hoje, ao final do passeio, as pernas pensavam bem mas do que de costume, e mesmo que o hostel que estou hospedado não seja lá essas coisas, senti vontade de chegar o quanto antes nele. Bem, vamos aos assuntos.

Roma está me fazendo sentir novamente no Brasil, tanto por razões positivas como negativas. Primeiro, pelo jeito malandro do italiano, que apenas reforça minha tese de que muito do jeitinho brasileiro foi incorporado ao nosso DNA dada a forte imigração italiana ao Brasil. Por aqui se faz tudo para ganhar uns trocos dos turistas, desde se vestir de gladiador para posar pras fotos até colocar nos banheiros máquinas de moedas que não dão troco, obrigando você a ter uma quantia certa de 80 centavos ou entao deixar 20 centavos de gorjeta, se tiver apenas moedas de 1 euro. Outra coisa: acho que existem mais filas em Roma do que no Brasil. É fila pra entrar nos lugares, fila pra comprar ingressos para entrar nos lugares, fila pra pedir informações sobre onde se compram os ingressos, enfim, se bobear tem até fila pra entrar na fila. Só para se dar uma idéia, a fila para entrar na Capela Sistina é de 2 a 3 horas (e tem italiano que vende ingressos VIP para não pegar fila, por 4 vezes o valor do ingresso normal). É bem verdade que tudo isso gira em torno da assombrosa quantidade de turistas que caminham pela cidade. Dos grandes centros que visitei até o momento, Roma é de longe o mais movimentado de todos.

Mas vamos às coisas boas! Há muito por se ver aqui. Os pontos de visitação se estendem por uma vasta área da cidade, e o relevo formado por montanhas, com subidas e descidas, dificulta bastante percorrer as distâncias a pé. Uma boa pedida é utilizar o metro, que interliga boa parte dos locais de visitação, mas ainda assim muitas vezes é preciso andar (e muito). E uma dica melhor ainda é comprar um Roma Pass, uma espécie de pacote da Secretaria de Turismo de Roma que permite usar o transporte coletivo a vontade durante 3 dias e ainda dá direito ao ingresso em 2 pontos de visitação.

Valendo-me disso, comecei com uma passagem rápida no Coliseu, que fica ao lado de uma estação do metro que leva seu nome. A passagem foi rápida, apenas para se ter uma idéia do tamanho da criança, bem como do Forum Romano, o conjunto de ruínas que fica ao lado do Coliseu e é também aberto a visitação. Depois de estimar o tamanho das filas (que nunca são pequenas) decidi deixar estes dois lugares para o dia seguinte, e ir primeiro ao Vaticano, o menor país do mundo!

O Vaticano fica a uns 500 metros da estação de metro São Pedro, e é fácil chegar caminhando até lá. No caminho, muito italiano te aborda vendendo ticket VIP (aquele que dá direito e furar fila), e às vezes eles usam até de truques, se passando de turistas que querem informação (isso não é a cara do jeitinho brasileiro?). Quando finalmente se entra neste outro país, vê se a Praça São Pedro, que é um troço gigantesco, e a imponência da basílica de São Pedro e do museu do Vaticano. Tirei boas fotos por lá, mas definitivamente desisti da fila para ver a Capela Sistina. Estava um sol muito quente, que não deixava nada a dever ao sol do Rio de Janeiro, e eu decidi gastar minhas 3 horas de fila visitando um um ponto não muito longe dali: o Castelo de São Angelo, cuja fila era de apenas 10 minutos.

Castelo di San Angelo
Este castelo foi construído no século XV, e é portanto relativamente moderno para a cidade. O mesmo é aberto a visitação no modelo de um museu, e você pode ver ao mesmo tempo galerias de exposições nas salas do castelo, bem como visitar o castelo e ver suas peculiaridades, como os dutos de ventilação, as escadarias em espiral, a sala de armas, os muros de proteção, os canhões e catapultas disponíveis para defesa, entre outras coisas. O castelo possui quatro torres laterais e uma central, no topo das quais é possível ter uma boa visão de toda a cidade de Roma, e tirar boas fotos.

Fontana di Trevi
Terminei o dia com uma caminhada que me permitiu passar pelo Panteon (que embora seja um antigo tempo pagão, foi transformado em igreja a muito tempo) e pela Fontana di Trevi, uma bela fonte onde a agua jorra por entre uma grande escultura em mármore. Nos dois lugares, fiquei mais uma vez impressionado com a quantidade de pessoas. Como o acesso aos dois pontos é gratuito, a fila agora era para as fotos.

Cansado de filas e da caminhada, voltei para o hostel e fui pra fila do chuveiro. Ainda bem que as camas não tem fila. Vou tentar descansar o máximo para encarar novas filas amanhã.

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